A Gripe A (H1N1) é uma doença que tem merecido enorme divulgação mediática mas, em boa verdade, mais pela forma como surgiu e se disseminou por todo o mundo, acompanhada a par e passo pela imprensa, do que pela sua gravidade propriamente dita.
De facto, os casos que têm vindo a ser divulgados, entre nós e por todo o mundo, são habitualmente benignos. Compreendem os sintomas típicos da gripe (febre precedida de arrepios, dores musculares e de cabeça, tosse, secreções nasais e mau estar geral) a par, nalguns casos, de sintomas digestivos como diarreia e vómitos, que não a tornam diferente da gripe sazonal que todos os anos nos afecta entre o Outono e o Inverno.
Nos EUA, por exemplo, onde estão já detectados cerca de 50.000 casos, a mortalidade não é superior a 0,5%, o que é muito próximo do que a habitual gripe sazonal provoca. No último ano, morreram em Portugal cerca de 2.500 pessoas por causa desta gripe comum e ninguém empolou estes números, que são muito iguais de ano para ano.
Tal como acontece com a Gripe comum, as pessoas com doenças crónicas pré-existentes (respiratórias, cardíacas, neurológicas, hematológicas ou metabólicas) estão em maior risco de ter complicações.
Também, pelo que as autoridades de saúde dos países em que esta Gripe A mais tem aparecido têm vindo a referir, as crianças com menos de 5 anos e as grávidas, constituem grupos nos quais esta doença se pode manifestar com maior gravidade.
No caso das pessoas com Doença de Behçet, esta não constitui só por si qualquer factor de susceptibilidade para maior gravidade, a não ser que estejam a fazer medicação imunossupressora.
Se isto acontecer e forem afectados pela Gripe A, devem contactar de imediato o médico que as acompanha para que ele possa apreciar a situação, ajustar a medicação de fundo e ponderar a eventual administração do Oseltamivir (Tamiflu). Este medicamento, porém, não tem qualquer indicação para ser utilizado nos casos mais benignos e muito menos sem indicação médica clara, pois o seu uso excessivo pode vir a criar resistências virais e levar ao aparecimento de estirpes do vírus bem mais agressivas do que esta actual. Quando necessário, o seu uso deve ser iniciado nas primeiras 48 horas de desenvolvimento da doença, para que possa ser mais eficaz. Daí a importância do contacto precoce com o médico.
Convém, por fim, estar atento às indicações que as nossas atentas autoridades de saúde têm vindo a emitir, nomeadamente no que diz respeito às medidas gerais de prevenção a adoptar (ver link abaixo referido) e ao acesso à vacina quando ela vier a estar disponível, sendo desejável que os portadores de DB possam vacinar-se logo que possível.
Dr. Jorge Crespo
(Especialista de Medicina Interna)
O que é a Gripe A? (Perguntas e Respostas)
Medidas gerais de prevenção a adoptar
Mais informação em
www.dgs.pt e www.portaldasaude.pt
Se tiver dúvidas, telefone para a LINHA SAÚDE 24 – 808 24 24 24
e fale com, o seu médico assistente
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